A freguesia de Vide, situa-se num vale nas bases da Serra da Estrela, a 100Km da sede do distrito da Guarda e a 27 km da sede do concelho de Seia. Banhada pela ribeira de Alvôco, à qual se junta em Vide a ribeira de Piódão, é ligada por uma ponte antiga em granito que une as duas margens. Esta freguesia tem 28 povos anexos.

Vide é uma freguesia essencialmente rural virada sobretudo para o sector primário, que tal como outras aldeias da região se encontram em acelerado declínio populacional – basta lembrar que, em 1940, a sua população era de 3 800 pessoas e,  actualmente, não tem mais de 1000.

Embora sejam muito escassas as informações acerca da sua fundação, supõe-se, através da sua toponímia, que o seu povoamento possa ter sido anterior ao século XII. Nomes como Gondufo, Abitureira, Barriosa, Balocas, eram topónimos muito usados em pleno século X e XII.  

A própria toponímia da freguesia, ainda que não indique antiguidades romanas, indicam topónimos alto-medievais como Gondufe, que é um evidente genitivo de um nome pessoal de origem germânica, Gondulfus isto é alusivo a uma Gundulfi villa ou análoga propriedade rústica de um possessor com aquele nome, o que o mais tardar viveu nos séculos X/XI. Às vezes, aparece Gondufo, o que, se não é erro não impede que mais antigamente fosse Gondufe. Outros topónimos são: Rodeado, que talvez tenha o significado arqueológico do cabeço rodeado de um muro nas vizinhanças desta povoação, que de facto tiraria o nome (Cp. Cerca, etc.); Abitureira, que se não corresponde a um apelativo já português e há muito desusado de vulturaria, isto é, um local frequentado por aves rapaces ou onde elas proliferavam. Ascende a épocas muito mais recuadas sendo de qualquer modo indício de vetustez; Baiol, que parece antroponímico medievo, pré-nacional (Cp Godiol – Gaudiol), com o sufixo -olo -ol, por influências moçarabes; entre outros exemplos como Casal do Rei com o determinativo indicando a possessão real na Idade Média.

Esta freguesia foi palco dos sanguinários e abomináveis excessos que assolaram as Beiras, perpetrados pelos Cuca e Brandões. O concelho de Vide parece ter origem num senhorio talvez possuidor da bela quinta que ainda aqui existia no séc. XVIII com jardins, tanques, cascatas, mirantes, etc.

Inicialmente, pertenceria ao concelho de Loriga, honra, no século XII, do rico homem D. João Veiga (D. João Ranhe), eram cavaleiros vilãos nos séculos XII-XIII. Em 1034 é extinto o concelho de Vide que passou ao de Loriga até à eliminação deste, em 24 de Outubro de 1855.

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